OS RICOS DA FICÇÃO: VILÕES OU MAL-COMPREENDIDOS?
Acho que posso responder essa pergunta com a citação de Leandro Reis no site "Quota":
- Os mais ricos são os que detêm o maior poder, são os que podem governar e afetar a vida de um grande número de pessoas. Sendo assim um vilão rico é capaz de causar um estrago bem maior do que um vilão pobre. O que vai matar mais gente, uma pistola ou uma bomba atômica?
- Um herói pobre é capaz de gerar mais empatia pelo simples fato de que a maior parte do público também não está no mundo dos milionários. As pessoas tendem a apoiar os seus iguais. Quando você vê o Peter Parker (Homem-Aranha) se matando para conseguir dinheiro e ajudar em casa você consegue se enxergar ali na mesma situação.
- O efeito Robin Hood. O povo é oprimido pelos mais ricos e surge um herói que consegue reunir e organizar a população gerando uma represália capaz de mudar a vida de todos.
- Um herói pobre conseguindo destruir os planos de um vilão rico é um ato muito mais impressionante do que se os dois estivessem no mesmo patamar de riqueza. A astúcia e o esforço necessários são muito maiores. Você não consegue simplesmente chegar em um centro financeiro, um castelo do mal, uma mansão muito bem guardada e sair acabando com os planos do vilão se você não tiver um plano realmente bem feito.

Em muitas obras da ficção, vemos o conflito de classes disfarçada da eterna luta entre o bem e o mal. E o final é sempre o
mesmo: o pobre bom sempre vence e o rico mal é derrotado. Isso não é uma mensagem subliminar: é só ver as novelas que suas mães assistem.
A moral da história: se você acreditar em seus sonhos e nunca desistir, eles se tornaram realidade...mas se você tem tudo o que uma
pessoa sempre quis, você é o (a) vilão (ã) da história. E acho que não poderia ter feito escolha melhor pra ilustrar a capa desta postagem do que Sharpay Evans (Ashley Tisdale), a "vilã"
da trilogia High School Musical.
Quem assistiu a pelo menos um filme da trilogia musical da Disney, tem a primeira impressão de que ela é a malvada da história, simplesmente por ser o esteriótipo
favorito de Hollywood: a riquinha mimada que maltrata a mocinha pobre por ela se apaixonar pelo garoto mais lindo da escola. A chamada "Patricinha". E quem vê isso não enxerga nela a melhor personagem
feminina já criada pela casa do Mickey Mouse, e a coloco no mesmo patamar que Elsa e Anna, Star Buttlefly, Mabel Phines, Moana e demais princesas, principalmente Rapuzel e Bela.
Tanta duvida eu tenho da "maldade" da Sharpey quanto dos supostos mocinhos da série, como vocês podem ver no vídeo abaixo:
A luta de classes sempre fez parte do imaginário humano. O cidadão trabalhador de classe média pode chegar em sua casa depois de
oito exaustivas horas de seu ingrato emprego e reclamar de que tem contas a pagar, não sobra dinheiro pra comprar o carro dos sonhos, etc, mas em compensação, pode se sentar na poltrona de sua sala, ligar
a televisão e ver "Rocky - Um Lutador", onde o personagem titulo de Silvester Stallone - um boxeador pobre da Philadelfia - derrotando Apollo Creed - um rico e bem-sucedido boxeador - em uma luta transmitida
por todo o país.
No fim das contas, tudo o
que queremos não é ver o bem vencendo o mal, mas o pobre vencendo o rico. E se isso é verdade, então não teríamos super-heróis como Batman e Homem de Ferro, alter-egos
de milionários que usam sua vasta fortuna para defender os fracos e oprimidos e salvar o mundo das forças do mal.

Bruce Wayne: herdeiro de uma grande fortuna, viu seus pais serem mortos diante de seus olhos ainda criança, passando a usar seu dinheiro para viajar pelo mundo para
treinar a mente e o corpo e se tornar um combatente contra o crime que destruiu sua família.
Para um operário, ele é só um playboy que se veste de morcego pois tem medo de encarar a vida real. Um herói rico que bate nos pobres... e foi um pobre
quem tirou a vida de seus pais.
Respondam: pode ser considerado vilão um homem rico e traumatizado que deseja trazer justiça ao mundo só por ele combater criminosos pobres...que também fazem mal a outros pobres?
Não se esqueça que a maioria de seus arqui-inimigos também tem a conta bancária com dez dígitos!
O Homem de Ferro então? Muita gente o conhece apenas pelo Universo Cinemático da Marvel. Tem uns que o adoram e outros que o odeiam, principalmente por ele ser um
playbozinho rico, mimado e arrogante, e até hoje tem gente que culpa ele pela Guerra Civil, e pelos Vingadores terem se separado. Mas um herói precisa mesmo ser um monumento da moral e dos bons costumes como
o Capitão América? Tony Stark é arrogante, impulsivo, teimoso, egoísta e ainda por cima, alcoólatra...defeitos que qualquer um de nós tem, seja rico ou pobre. e isso não
o torna menos herói do que Peter Parker ou Steve Rogers. Pantera Negra hoje é o herói mais popular dos últimos tempos, e ele é um rei!
Você pode até não gostar do Homem de Ferro, mas fala sério, você gostaria de ter metade da fortuna que ele tem, com direito a uma mansão
em Malibu em frente para o mar e cinco ou dez Lanborghinis.

Todo mundo quer ser rico e famoso, isso não se pode negar. Veja Rocky Balboa: começou como um amador que fazia bicos pra mafiosos nas horas vagas, teve a chance de
ter uma luta contra um profissional e o venceu ainda na revanche, ficando rico e famoso, chegando até a vencer a Guerra Fria derrotando um super lutador russo. Ele se tornou um vilão por ter se tornado alguém
que ele lutou a vida inteira pra ser? Ninguém aprende a andar pra chegar a lugar nenhum!
Não é, Tio Patinhas?!! Você que teve uma infância pobre e aprendeu que cada centavo importa, e hoje é o pato mais rico do mundo!
FONTE
Reis, Leandro. Por que a MAIORIA dos mocinhos/heróis da ficção são pobres e os vilões ricos?
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