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sábado, 22 de fevereiro de 2020

SONIC - O FILME e as lições sobre adaptação de games

Sonic the Hedgehog  Poster


O primeiro videogame que tive foi o Mega Drive, em sua segunda versão, e ele vinha com o  "Sonic 2", quando tinha 6 anos. A partir daí, o ouriço azul da Sega se tornou um de meus heróis, e na última semana, eu fui ao cinema para ver o filme do primeiro videogame da minha vida: "Sonic -O Filme" .

O filme foi excelente, com uma história simples e bem executada, com muito humor e ótimas cenas de ação, e Jim Carrey em um de seus melhores papeis da sua carreira como o Drº Robotnik. e para a surpresa de muitos, foi um sucesso de bilheteria em sua primeira semana em cartaz, desbancando até mesmo o tão esperado "Aves de Rapina".

Assim como foi com o super-heróis dos quadrinhos, os videogames eram vistos como um caça-niqueis por Hollywood, e por isso, ganharam adaptações horríveis, como foi com Doom, Dead or Alive, Tekken, Super Mario Bros, Tomb Raider, ou até assistiveis, como Mortal Kombat, Resident Evil e Street Fighter - A Última Batalha (que está mais para uma paródia comercial do que uma adaptação decente)

Agora que a era dos filmes dos heróis atingiram seu crepúsculo com Vingadores - Ultimato, talvez seja a hora dos videogames ganharem seu lugar ao sol, e podem conseguir isso aprendendo com as lições que nosso corredor azul nos passou.

Agora, vamos ver como os filmes de videogames podem funcionar de agora em diante:




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O fã tem sempre razão

Todos se lembram do visual horrível do Sonic no primeiro trailer, não é? O filme está a uma semana em cartaz e poderia ter sido um dos maiores fracassos do ano se os fãs não tivessem reclamado na internet, feito memes e mandando petições para que a Paramont fizesse o negócio direito. Felizmente, foi o que aconteceu.

Hoje vivemos uma grande decadência artística, onde as coisas são feitas de qualquer jeito apenas para ser lançado a tempo pra ganhar dinheiro, e não é só no cinema, mas também na música, nos quadrinhos, e mesmo nos games. E se alguém reclama, todos vem com sete pedras em cada mão, chamando ele de machista, homofóbico ou seja lá o que for. Os fãs então? 

A trilogia Disney de Star Wars virou a bagunça que foi porque os fãs não foram ouvidos e os produtores fizeram com a saga tudo o que lhes deu na telha e o resultado não poderia ter sido pior. Hoje, nem o fã mais devotado quer saber mais de Star Wars e quer mais que George Lucas vá pro inferno!

O fã não é um cara chato que quer que tudo seja fiel ao que ele gosta, ele é alguém que tem profundo conhecimento do produto que o grande público vai consumir, e sabe o que vai dar certo e o que não vai. 

Experiência é a voz da sabedoria.





Games são sobre a história dos personagens

Uma história não se vende sem os personagens, e todo mundo sabe disso. E fico muito feliz pela história que deram para o Sonic no filme, tornando-o mais carismático do que já é.

Veja My Litlle Pony : a franquia era sobre um bando de cavalinhas genéricas cuja única característica marcante eram as marcas em suas ancas. Depois que a Hasbro jogou elas nas mão de Lauren Faust, ela se tornou um sucesso mundial, graças a uma boa história que apresentava um universo rico e bem construído, e principalmente, personagens inesquecíveis. Hoje, Twilight Sparkle e suas amigas são tão populares quanto Optimus Prime e Megatron.

Com os games é a mesma coisa. Ninguém fica na frente do videogame o dia todo por puro ócio, mas sim para acompanhar a história de Sonic, Mario, Ryu, Sub-Zero, Kratos, Lara Croft, Terry Bogard, entre outros. Personagens que controlamos no joystick ou num console portátil e que hoje, são tão populares quanto os heróis de quadrinhos ou personagens de desenhos animados, que também ganharam videogames.

E já que falei em história...



História é tudo!

Street Fighter - A Última Batalha é sobre lutadores viajando pelo mundo ao encontro do mais forte? Não! É uma papagaiada militar estrelado por um Van Damme chapado!

Super Mario Bros é a aventura de dois irmãos encanadores se aventurando por um reino mágico para salvar uma princesa de uma tartaruga gigante? Sim! mas o Bowser é um empresário corrupto e Luigi é um adolescente.

Quando se faz um filme, a primeira coisa a se pensar é a história. E uma adaptação é uma história baseada em outra história, e precisa ser o mais fiel possível. O filme do Sonic é sobre um ouriço azul humanoide com o dom de ser o mais veloz do mundo e que usa seus poderes para combater um cientista louco. O que pode dar errado?

Por mais que a história seja diferente do que estamos acostumados nos games, ela funciona muito bem, e carrega várias referências aos mesmos, desde musicas a até mesmo os memes da internet, além dela ser sólida, com começo, meio e fim bem planejados, deixando, é claro, um gancho para uma possível continuação.

Mas como fazer as pessoas se interessarem pela história? É aí que chegamos ao fim da fase!



Marketing e Merchandise

Sonic- O Filme teve um marketing gigantesco ao redor do mundo, com direito a cartazes nos ônibus e até pessoas fantasiadas do herói para receber as pessoas que foram ver o filme. Isso me lembrou  até 2002, quando o primeiro filme do Homem-Aranha chegou aos cinemas. mas que graça tem ver o filme sem comprar os brinquedos ou comer um lanche com o personagem estampado?



Satisfeito agora?

E é assim que se faz um filme de videogame fazer sucesso, e esperamos que as futuras produções tenham aprendido com nosso camarada veloz. Mal posso esperar pelo reboot de Mortal Kombat...será que vão lançar bonequinhos que arrancam a cabeça?








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