Nos últimos tempos, os games em 2D voltaram a ganhar espaço na mídia, sendo revival de clássicos como Sonic Mania e Streets of Rage 4, e até mesmo produções indie, como o recente Pocket Bravery. Mas dentre os que brilharam foi com certeza Kaze and the Wild Masks.
A estória se passa nas Ilhas Cristais, que sofre uma terrivel maldição liberada pela terrivel Typhoon, onde todos os seus cidadãos são transformados em vegetais malvados, e cabe a jovem coelha Kaze acabar com isso, além de salvar seu amigo Hogo que foi transformado em um espirito vermelho pelo artefato místico que causou a maldição, e para isso, ela contara com a ajuda das quatro Máscaras Selvagens do Tigre, Pássaro, Tubarão e Lagarto.
Criado pelo estudio brasileiro PixelHive, o game é um Side-Scroller (jogos de aventura em 2D estilo Super Mario ou Sonic) que tem forte inspiração na trilogia Donkey Kong Country, visto que os movimentos da protagonista são similares aos de Dixie Kong, que estreou no segundo game da série. A heroina pula em cima dos inimigos com uma cambalhota, ataca girando e ainda usa suas orelhas como hélice para planar sobre os obstáculos. Em algumas fases, você encontra uma estátuta com o animal de sua respectiva Máscara Selvagem, e com isso, vai ganhando novas habilidades: a Máscara do Tigre faz escalar as paredes e tem um ataque giratório que serve como dash; a do Pássaro faz voar e disparar sementes; o Tubarão faz mergulhar na água e a nadar mais rápido, além de um ataque giratório como o do Tigre; e por fim, o do Lagarto, que faz o personagem correr sozinho, e os botões dão pulo duplo e megulho no chão.
Kaze é um primor em gráficos e som. Há anos eu não jogava um game tão bonito. Cenários e personagen foram desenhados com uma fluidez única e com muitos detalhes, com cores vivas e limpas. A narrativa é contada através de cinemáticos rápidos e sem dialogos, com animações estéticas. As músicas são o que mais lembram Donkey Kong, bastante simpáticas e simples, combinando muito bem com o clima de cada fase, que apresentam a tipica variação de games no estilo: tem fases de floresta, vulcão, ruinas, neve, água, e assim por diante. A jogabilidade é simples, usando apenas dois botões (Ataque e Pulo) mais o direcional, você rapidamente domina o jogo.
Muitos tem reclamado de sua suposta alta dificuldade, e como alguém que zerou o game, devo dizer que é um game dificil sim, mas fácil de dominar. É um tipo de game que exige dedicação e persistência, e felizmente, as fases possuem checkpoints em trechos importantes. Para os que gostam de de fazer 100%, é preciso recolher os cristais vermelhos espalhados pelo cenário e as quatro letras douradas do nome da protagonista, e por fim, encontrar as passagens escondidas para as fases bônus para conseguir as duas metades do losango verde. E ainda é possivel voltara a fase para fazer uma tomada de tempo. Completando tudo, você destrava novas artes que contam com detalhes a trama do game.
Depois de Sonic Mania, há muito tempo venho procurando um game que me fizesse lembrar dos bons tempos do Mega Drive e Super Nintendo: simples, dificil e muito divertido, daqueles de passar as manhãs de sábado na frente da TV com o videogame ligado, tentando e falhando em passar naquela fase dificil e penando para vencer o chefe, e Kaze and the Wild Masks traz de volta essa sensação em um belo presente. Não espere um enredo muito elaborado, pois é uma aventura simples e divertida como a infância. Fico muito feliz pelo Brasil estar sendo reconhecido no mercado de games, com titulos que mostram pra que serve os videogames: diversão.
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